Expedição BTT aos Picos da Europa – Maciço Central - By DPL
Realizamos a nossa expedição ao maciço central nos Picos da Europa nos dias 1,2 e 3 de Junho de 2012. Participaram nesta aventura os seguintes elementos dos DPL: Carlos Ferreira, Pedro Santos, Joaquim Rocha, Vítor Fernandes, Jorge Santos, Márcio Ferreira, Óscar Rodrigues, Miguel Batista, Rui Moreira, José Armando, Mário Carvalho e Marco Moreira.
Os Picos de Europa são uma formação montanhosa na Cordilheira Cantábrica, no norte da Espanha, que, embora não muito extensa, é pródiga em acidentes geográficos de grande interesse.
Esta formação calcária estende-se pelas Astúrias, Cantábria e León, destacando-se pelas suas altitudes, que, em muitos casos passam os 2500 metros acima do nível do mar.
Os Picos de Europa dividem-se em três grandes maciços: O Ocidental ou Cornión, o Central ou dos Urrieles, e o Oriental ou de Ándara.
As maiores altitudes encontram-se no Maciço Central, que é o mais agreste dos três: catorze dos seus cumes superam os 2600 metros de altitude, com Torrecerredo, de 2648 metros, como teto destas montanhas. Não se pode falar deste Maciço sem mencionar o Pico Urriellu, ou Naranjo de Bulnes, indiscutível rei destas montanhas e de todas as restantes da geografia hispânica, por ser também um ex-libris do alpinismo espanhol.
No Maciço Ocidental, ou Cornión, assim designado pela forma de corno que proporciona a sua silhueta quando avistada do Ocidente, destaca-se a Penha Santa que, com os seus 2596 metros de altitude, supera em 110 o cume deste Maciço, a Torre de Santa Maria ou Torre Santa de Enol. Desta forma, este Maciço é também conhecido como Maciço das Penhas Santas.
De destacar nestas belíssimas paisagens, a forma como estas majestosas e imponentes montanhas rochosas se misturam e submergem entre inclinados campos verdejantes e o rio Cares.
Sexta-feira, dia 1 de junho: A aventura começou com saída de Reiros - Paredes às 9:30 e chegámos a POSADA DE VALDEON por volta das 19:00 locais, foram cerca de 550 Km. Pelo caminho efetuamos diversas paragens entre as quais de destacar a paragem na área de serviço de Penafiel para abrir as hostes, ou seja, encetar a “viola” que o amigo Márcio fez a gentileza de oferecer e o almoço em Bragança, onde se comeu uma verdadeira costeleta de vitela. Como a viagem foi realizada em duas autocaravanas, ficamos acomodados no parque de campismo. Uma vez tudo instalado e as “cabritas” preparadas, foi hora de começar a preparar o jantar, uma churrascada acompanhada com bifanas e regada com bom vinho e cerveja.
Sábado, dia 2 de junho: a alvorada foi às 06:30 locais. Levantamo-nos com toda a calma, tomou-se o pequeno-almoço e preparamos o reforço para o longo dia que íamos enfrentar.
Deu-se início à volta e começamos a subir, o que fez antever as dificuldades que íamos enfrentar. Não esperávamos facilidades, porque na presença de majestosas montanhas e olhando para o gráfico da altimetria, as subidas iam ser longas e as descidas infindáveis. Começamos então a subir em direção a HORCADA de VALCAVAO a 1870 metros de altura e perante fabulosas paisagens, fomos forçados a diversas paragens para aquecer as máquinas fotográficas. De destacar como ponto alto nestas paragens, o miradouro de PANDETRAVE que se situa a 1562 metros de altura. A subida continuou e foram cerca de 12 Km sempre a trepar. Depois da tempestade, vem a bonança, e, eis que surge uma longa descida em direção a FUENTE DÉ, com término na zona do teleférico.Chegados ao teleférico, o GPS mandava em frente, ou seja, teríamos de ir no teleférico. Olhamos em frente e deparamos com uma magnífica e enorme encosta montanhosa, mas, os bravos DPL acharam que seria fácil demais ir de teleférico e decidiram levar as “meninas” a passear à volta da encosta. Começa então mais uma dura e infindável subida, com sigletracks e paisagens espetaculares. A parte final desta subida teve de ser feita a pé, uma vez que, o final da encosta é impossível fazer em cima das “meninas” (degraus em forma de escada). Chegámos então às PORTILLAS DEL BOQUEJÓN e continuamos a subir em direção a SANTA DE LA SALUT. Nesta última subida, tivemos o prazer de acompanhar uma procissão que levava a Santa até a sua “casa” para dar início ao seu retiro espiritual. Trata-se de uma Santa Ermita que, todos os anos é levada em junho para a sua capela e faz o seu retiro espiritual até outubro. Nesta data, realiza-se mais uma procissão para a ir buscar. Durante este período, a Santa Ermita fica em retiro espiritual na sua capela.
Subimos mais um pouco em direção a LA TOMBA DEL TORO. Chegados ao topo, começamos a descer mais uma longa descida, inicialmente em trilho e depois em asfalto, com uma paragem a meio para almoço.Finalmente demos início à parte que mais desejávamos fazer, a SENDA DEL CARES em direção a CAIN, pois por imagens vistas antes, não havia dúvidas que o melhor estava guardado para o fim. Nesta zona do percurso é proibido fazer em cima da “menina” devido aos enormes perigos que existem ao longo do percurso, ou seja, em caso de azar, se a queda for para o lado errado, já era!!! Ao longo deste percurso, existe a RUTA DEL CARES que é caraterizada pelo caminho estreito escavado nas magníficas encostas rochosas e com pano de fundo o rio CARES.
Iniciamos uma subida a pé com cerca de 3 Km, e eis que surge a pior notícia que queríamos ouvir, originando uma grande desilusão …… não podemos continuar o passeio em direção a CAIN e nem fazer a RUTA DEL CARES, porque uma encosta a 7 Km à frente desmoronou na altura da Páscoa e ainda não foi reparada. A única solução para regressar a POSADA DE VALDEON era voltar para traz.
Sem outra hipótese, regressamos ao ponto de início desta subida para analisar as alternativas. Ou fazíamos todo o percurso já com 52 Km no sentido inverso, ou regressava-mos por estrada por CANGAS DE ÓNIS. Analisadas as alternativas e o avançar da hora, optamos pelo regresso por estrada, mesmo sabendo que teríamos de enfrentar 90 Km muito duros e sempre a subir. Arrancamos em direção a CANGAS DE ÓNIS, mas, já com cerca de 30 Km feitos, alugamos dois táxis carrinha de 9 lugares e fizemos o restante percurso neles. Esta solução acabou por ser a única solução possível para regressar, senão, jamais chegaríamos a casa a tempo de ir trabalhar na segunda-feira. Para terem uma ideia de quanto estávamos distantes do início do percurso, a viagem em táxi com cerca de 60 Km, durou 2 horas e foi sempre a abrir que, até os bravos DPL vinham todos “borrados”.
Regressados ao parque de campismo, foi hora do banho quentinho, arrumar todo o material e dar início ao regresso a casa. Arrancamos em direção a Bragança, local onde jantamos uma valente francesinha, bebemos uns copos num bar com música ao vivo e pernoitamos.
Domingo, dia 3 de junho: a alvorada foi às 8 horas e o dia começou com uma breve visita guiada pelo amigo Óscar ao castelo de Bragança. A seguir tomou-se o pequeno-almoço e arrancamos para o regresso a casa. Pelo caminho, mais uma paragem na área de serviço de Mirandela para fazer o remate final à “viola” do Márcio.
Concluindo, foi um fim-de-semana fantástico, regado com boa disposição e alegria, pena foi, não ser possível realizar o percurso da RUTA DEL CARES. Foi a desilusão máxima, no entanto, fica a promessa que lá voltaremos……
Os trilhos fenomenais, caracterizados por longas subidas, mas, no final de cada subida, vinham as infindáveis descidas.
Expedição memorável que ficará para sempre nas nossas memória.